TREM DO ESQUECIMENTO
Sangro por dentro, solvo, engulo, coagulo...
me estrangulo no ângulo do gole furtivo em que me vens à tona, com a mesma voracidade com que a acetona engole o envelhecido e carcomido esmalte da unha, o cheiro, a assinatura, a alcunha carbonatada nas marcas da minha pele filetada em gemidos, pelo, o que a pele expressa no último expresso em que os vagões descarrilham do trem...e ficam quais as paisagens que ficaram pra trás, amortizando sua inercia, consentida pela vaga sensação do vagão vazio, e é neste exato momento, que decido, que dentro de mim, estás com o mesmo prazo de validade vencido do cio que ficou pra trás...