Que seja o amor
Cansada!
É assim que sinto-me. Cansada. Deste mundo meio urgente demais, onde o relógio perdeu o compasso e corre desenfreado ao insano abismo do nada.
Onde o tudo se perdeu e o nada ganhou um lugar de destaque.
Cansada!
Vontade de voltar a um passado bem alí, sabe?
Aquele com cheiro de terra molhada e sabor de sonhos?
Mas onde está o alí?
Fugiu na garupa do tempo deixando apenas a poeira da saudade.
É, cansada!
Queria pegar nas asas dos ponteiros e fazê-los caminhar mais devagar, ou desenfreado, deixando-os carregar o agora, sem deixar rastro. Levando os instantes das dores, os segundos das injustiças, o respirar dos dissabores.
Isso mesmo.
Parece estranho?
Mas sou estranha mesmo.Rsrsrs...
Amo tanto esta existência.
A vida que pulsa nela.
O brilho que sai de seus olhos.
A música orquestrada pelos corações.
O sol do outro, aquecendo o mundo íntimo do nós. Que o modo como tudo se encaminha me assusta, deixando exausta minha alma.
Chego a acreditar que não nasci para este mundo. Aqui estou para aprender algo.
Que seja o amor.