A morte é absurda pra quem almeja ser eterno

Eis aí a grande questão da vida para ateus e religiosos: Qual é o sentido da vida?

Creio que o leitor já se debruçou em tentar entender qual é o significado de estar num planeta em que a dificuldade é imposta à todos desde o início. Nascemos; precisamos criar anticorpos; sobreviver as vacinas; aprender a andar; cair; reconhecer a dor física; ficar doente; ser medicado; conviver em sociedade; aprender valores; descobrir que no mundo tem tudo, mas que nem tudo que tem no mundo é de todos.

Crescemos e a saga continua: o primeiro amor; a primeira desilusão amorosa; amar sem ser amado; superar os traumas adolescentes; descobrir aptidão para algo; o primeiro emprego; as contas; as responsabilidade... Enfim, se for descrever toda dificuldade humana, teremos aqui um texto com tom melancólico e depressivo.

O certo é que somos o único animal deste planeta a ter a certeza da morte, mesmo que ela nos pareça distante, hora ou outra ela se aproxima de nós. Morte inesperada de um ente querido, de um amigo, de um artista que gostamos ou de alguém do bairro. O certo é que a morte é inevitável!

Filosofar sobre a morte é injusto, pois, não há outro caminho a seguir. Podemos filosofar sobre política, mudar conceitos, rever conceitos, escolher um perfil de governo que mais nos agrada, mas sobre a morte não há outro caminho se não morrer.

A grande questão não é “para onde vamos?”, mas, por que somos obrigados a participar de um sistema finito de vida em condições absolutamente danosas.

É por isso que a morte se torna absurda para quem almeja a eternidade. Os artistas pensam assim, os escritores e poetas também. Produzem obras que transcendem o tempo e faz com que sua vida seja lembrada por séculos e séculos.

É por isso que a maioria da humanidade é cristã, pois, seu líder foi o único a homem a romper e vencer a morte. Somos conscientes da morte, porém, lutamos contra ela diariamente. Vitaminas, caminhadas, exercícios, dietas... Ah! Que bom seria se não existisse o fim. Mas ele existe.

Mas tão grande quanto as questões sobre a morte, serão as questões que virá após. Se de fato existir um céu, um paraíso eterno sem dor, sem lágrimas e sem sofrimento, qual será então o sentido de viver pra sempre? Haveria um estímulo para tornar alguém vivendo eternamente que não seja a superação? A superação de alcançar objetivos que no presente momento é impossível?

Vejo que todo meu protesto sobre a morte vai continuar se de fato houver eternidade.

Samuel Boss
Enviado por Samuel Boss em 05/07/2017
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