Mochilas
E nas costas o peso...
Alças sobre seus ombros...
Ele caminha sobre a areia fina...
Que aquece seu cansaço...
Pegadas...
Nenhuma mas o peso se transforma...
Transcende um transtorno...
Suportar sua cruz de lona e panos...
Cético...
Vários umbigos seus...
Deixa-se ver...
Um mundo que se vira em seu redor...
Vida essa de pesos...
Imensos...
A carne ferida, seu lombo...
Suor escorre quente numa face pálida...
Semblante envelhecido, em seu sentir branco...
Grisalho coração...
Sua alma se deita...
Numa lápide estreita...
Acomoda-se...
Seu peso, uma mochila repleta...
Assim pensa...
Solidão, tristezas e escravidão...
Tal peso...
Tal frio...
E, no entanto...
Qual surpresa aberta...
O amor repleto de mochila...
E páginas sem números...
E sem escrita...
E sem tempo...