(Asas da alma)
Aspirais do tempo que em ponteiros vivo cada partícula de mim
entre meus assombros, açoites e doçura me perco
já fui tantas, hoje já me esqueci.
Ah, quem me dera soubesse do meu passado o que o futuro seria
teria assim me doado muito mais a tudo o que fazia
Mas o destino quis assim perpetuar o meu desespero em seu lugar
vivo aos cacos entre fantasmas de minha loucura de não aceitar
Foi-se tudo ...e meu corpo padece o que a alma não aceita
não deseja, não esquece...
sigo feito cego em seu profundo escuro...espectro dos meus sentimentos, presa num carcere de dor e saudade
Quem me dera Deus enfim ouvisse que não me lamento, só choro a dor e de tristeza vou vivendo todos que perdi: pai e mãe e aquele ou aquela a quem tanto sonhei e nunca pude tocar...filho(a) ao qual senti em meu ventre quando nele vivo estava e quando morto meu útero desesperado o expulsava. Dor maior sinto agora quando a saudade lateja e queima por dentro a ponto de matar-me a cada segundo qualquer fiapo de esperança de novamente voltar a sorrir.