(Asas da alma)

Aspirais do tempo que em ponteiros vivo cada partícula de mim

entre meus assombros, açoites e doçura me perco

já fui tantas, hoje já me esqueci.

Ah, quem me dera soubesse do meu passado o que o futuro seria

teria assim me doado muito mais a tudo o que fazia

Mas o destino quis assim perpetuar o meu desespero em seu lugar

vivo aos cacos entre fantasmas de minha loucura de não aceitar

Foi-se tudo ...e meu corpo padece o que a alma não aceita

não deseja, não esquece...

sigo feito cego em seu profundo escuro...espectro dos meus sentimentos, presa num carcere de dor e saudade

Quem me dera Deus enfim ouvisse que não me lamento, só choro a dor e de tristeza vou vivendo todos que perdi: pai e mãe e aquele ou aquela a quem tanto sonhei e nunca pude tocar...filho(a) ao qual senti em meu ventre quando nele vivo estava e quando morto meu útero desesperado o expulsava. Dor maior sinto agora quando a saudade lateja e queima por dentro a ponto de matar-me a cada segundo qualquer fiapo de esperança de novamente voltar a sorrir.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 23/06/2017
Reeditado em 23/06/2017
Código do texto: T6034986
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