A Vida é Verde
Do som das cordas ao invólucro do caído
Da moradia à agressão
Da sentença, punição ou perdão
Destas que se levantaram muito antes de nós
Muitas deitaram depois que ficamos de pé...
O som do mar pode se ouvir quando sopra o vento, suas folhas místicas parecem dançar...
E por mais contraditório que pareça, seu respirar é que fabrica o ar...
Mesmo a água repousa sob sua proteção, onde estas nenhum extremo se produz, tudo equilibrado está...
Mundo não visto, protetor desprotegido, derrubada juntos com elas a percepção...
De que tudo conectado esta,
E por mais importante que para nosso caminhar seja,
Mais importante é ainda para a natureza...
Sois de verdade um planeta num planeta, bioma do bioma,
Tantos sob teus galhos repousam sem nunca tocar o solo, confiando a ti suas existências...
Sob tua proteção surgimos, em teus braços repousamos e ainda assim não respeitamos...
Estamos perdendo a percepção do que é importante, por mais simples que seja a constatação...
O mundo tem se tornado cinza, mas a vida é verde...
Lembra-te que grandes diferenças nasceram de um ponto em comum, cada movimento importa, quando em direção oposta qualquer passo afasta, estamos nos afastando da natureza, mas foi dela que viemos e a ela retornaremos todos...
Você segue sua vida como uma planta crescendo e dando frutos, respirando e ramificando, o mesmo sol que lhe entrega energia o faz também a todos os vivos, compartilhamos da mesma vida orgânica, mas incapazes de respeitar as diferenças...
Presos demais a formas, cores, física, química, matemática, mais robótico, menos vivo...
Mais sábio, mais negligente...
Um dia estávamos todos nas florestas, sem o conhecimento científico do impacto que causávamos...
Hoje enxergamos anos luz fora de nosso planeta...
Ainda assim, mais ignorantes aos nossos antepassados convivendo junto com as planas e animais...
Escolhemos nosso caminho, longe da natureza, perto da mente, longe do coração...
A nossa frente o progresso perfeitamente encaixado com a degradação...
Nosso planeta esta sufocando, parando de respirar, banhado em sangue e enegrecido com a fumaça do que queimamos...
Limpamos a poeira de nossa casa, mas fora dela a tudo destruímos...
Nossa casa, não é nossa casa por incrível que pareça...
Nosso teto não são as telhas de barro, a armação de concreto que fabricamos para não ver as estrelas...
O mundo é nosso, sem janelas portas ou limites, tudo é seu, tudo deve ser protegido...
Mais delicado que aquela prataria cara e ao mesmo tempo tão importante quanto tua vida, pois esta, dela depende...
Você se esqueceu, mas seu estômago vai continuar a lembrá-lo, hoje ou daqui à mil anos...
Orgânico é o que você é, a vida começou verde, sem ela não estaria aqui hoje, com os dedos nestes botões plásticos e emaranhados de circuitos eletrônicos e tudo mais que o faz esquecer...
Seus pés raramente tocam o chão, mas nem sempre foi assim...
Um dia caminhamos gentis com natureza, respeitávamos à, assim foi por muito tempo...
Há tempo para os que estão vivos, sempre haverá...
Porém quanto mais próximo do abismo, maior é o medo de cair...
Infelizmente ainda não estamos assustados o suficiente para recuar...