Tem dia
Tem dia
Tem dia que se inicia com o tédio da melancolia qual redundância entedia desde a infância, para isso, porém, indo além, existe um remédio que muito remedia, receitado pela médica do dia a dia. Doutora Musa, que muito abusa dessa receita sem contraindicação, já que faz uso do laboratório palpitante e decantado, chamado: Coração. Às vezes a Medusa fica inclusa nessa situação, a qual cobra com suas cobras a subserviente mente, criando em segredo iminente medo de suas vis serpentes ao traçar de toda obra. De repente ressurge a Musa contente e sorridente espantando essas víboras maldizentes e perigosas. Como age o Amor, antigo protetor invisível e indizível de qualquer dor. Sempre aparece contente, sorrindo com alvos dentes com sorriso de ardor incandescente.
Tem dia que a gente parece ter reaparecido num paraíso distraído e para isso há de se conservar o juízo de meros mortais em busca do verdadeiro céu, já que foi isso que ensinaram ao léu e muito mais.
Cada escola com sua santa estola, quiçá, com criminosa pistola de imposição a prender por falsa esmola a cabeça em velhaca cartola.
Tem dia, que o assédio realmente assedia, colocando a gente numa nua e fria via, mão da mais cruel ilusão, mas pode-se ouvir sem pretensão, uma melodia como a linda canção de Ave Maria, do Morro, do esperto Herivelto e Pery, coisas de pai e filho ao nosso socorro, de Gounod, dos idos de bisavôs, na incomparável voz que somente escala e jamais se cala. Ave, Maria Callas ao se vislumbrar belo dia de amor e sedução, são várias meu amado irmão, do velho alemão Sebastian, dos ítalos Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini, todos trazendo-a em sua verve; pacificante canção.
Os dias são feitos de altos e baixos.
jbcampos