A Consciência: a Existência enquanto Única e Una [09/06/2017]

A Consciência: a Existência enquanto Única e Una.

Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva

Data: 09/06/2017.

1. O "tudo" procede de uma unidade, o "1", não como kathegoría de quantidade, e muito menos de um mero proceder metafórico ou de interpretações principiológicas do pensamento acadêmico moderno.

E tudo isso, apesar da licitude expressiva, só se torna possível em virtude de nosso "logos" interno, a capacidade analógica de um homem que intui e percebe, o que é bem diferente de um maquinário cognitivo que somente cataloga as percepções de um mundo reduzido ao ideário fenomenológico, bem como aprisionando-se em suas "coisas em si".

2. O Evangelho segundo João inicia com o seguinte: "No princípio era o Verbo,(...)". Nessa asserção, assinala-se a primeira chave simbólica, que nos abre à potência criadora da realidade. Não é a realidade por ela mesma, em autossuficiência, de modo que ela seja um "relógio" inicialmente criado para uma "livre" operação mecânica e impessoal, negando-lhe assim a possibilidade de ser cônscia de sua própria automação cíclica. Aqui, o "verbo", "verbum" (verbo) ou "'logos" refere-se à própria manifestação da Vontade última (ômega), que é a primeira (alpha), já que rege o sentido do que costumamos perceber por "tempo", definido entre um "princípio" e um "fim".

3. Com a manifestação da Vontade, o Verbo, que é o Logos, irradia as possibilidades cósmicas da criação, hierarquizando-as em inumeráveis

Ordens. A Realidade, por efeito, desdobra-se pelo movimento escalar

da Inteligência, sendo a Consciência tanto o "espelho" que reflete a "luz" da natureza criada quanto a "lente" que refrata esse movimento pelas diretrizes imperfeitas de nossa vontade, proveniente de nossas violações pela livre ação, a liberdade concreta dos Seres. E nada mais coerente, nesse cânone da criação, com "karma" e o "dharma" da tradição oriental nos mais variados níveis simbólicos de aplicação analógica.

4. É por essa razão, então, que a existência, a manifestação do Verbo, apenas se é pelos reflexos universais da Consciência Ordenadora, havendo tanto a singularidade da Consciência pelo "logos interno" de cada Ser quanto a Consciência da Unidade pelo vislumbre espiritual, ambas voltadas ao princípio, à Potência Criadora. E nós, criados à imagem e semelhança (Gn 1:26), tendo em vista a "queda" do Éden, temos que reintegrarmos mediante o Cristo, a salvação.

Referências/Complementações:

1-Bíblia: tradução em Português. João Ferreira de Almeida-Revista e Corrigida.

2-A palavra "Verbum" está presente na Vulgata, a tradução da Bíblia para o Latim.

3-Sobre o "logos interno", recomendo meu texto/pensamento: "A Evidência e o Logos Interno" [Aforismo de 22/05/2017]

Link:

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/6007676

4-Para complementar a reflexão, recomendo meu texto:

"O Reino das Analogias Superiores: as Palavras sem os Véus (I)"

Data: 19/08/2016.

Link:

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5733501

Álvaro Vinícius de Souza Silva
Enviado por Álvaro Vinícius de Souza Silva em 09/06/2017
Reeditado em 08/12/2017
Código do texto: T6022379
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