Faces do Coração

Se eu soubesse descrever meu emocional tão bem quanto sei senti-lo, ele acabaria tornando-se racional. Talvez por isso eu não tenha tido uma fé muito confiável nas minhas razões, na verdade, acho que ela se baseia na crença de que haverá um dia em que comandarei minha emoções. Minhas ideias estão fartas de versos solitários que narram minha incompreensível e esquecível, porém completamente explicável e memorável, vida presente. E tentar se desprender dessas lembranças é como nos abrirmos para arrancar um pedaço de nós e nos costurarmos novamente com um anzol. Criando novas feridas que nos farão sempre recordar que tentamos nos livrar de algo que já nem nos pertence mais. É que eu me submeti a um afogamento de conclusões sobre amor, tentando prová-las para mim mesmo em solo, e me frustrando a cada tentativa. Desperdiçando alguns outros corações na inútil esperança de encontrar uma fórmula desse sentimento de tão simples definição geral, mas tão complexas divisões e subdivisões. Estacionar meus olhos num amor pra sempre, e estar eternamente ali, não permitindo que este se afaste e, principalmente, não ousando ser o causador de quaisquer distâncias que possam surgir. Isso é amor.