PRINCÍPIO DO PRAZER...

Homens e mulheres orientam seus comportamentos pelo princípio do prazer. Na atualidade, as mulheres estão chegando perto da mesma intensidade com que os homens sempre o fizeram. Algumas já a superam. Quase sempre.

Guiar-se pelo princípio do prazer oferece a possibilidade de substituir ou superar o sofrimento ou, melhor, o desprazer. O sofrimento e a falta de prazer podem resultar da incapacidade pessoal de administrar a realidade em que se vive. Pode também ser produto de situações provocadas por sujeitos envolvidos no processo, que não compreendem as possibilidades e limites da alteridade. Nesse caso, gera o sofrimento.

Ser feliz ou estar/ser satisfeito (considero que na perspectiva social consumista atual a felicidade dimensão raríssima) não depende das nossas escolhas como gostamos de afirmar. São consequências ponderadas a partir destas. Como compreender isso?

Escolhas, em última análise, são comportamentos. São os comportamentos que nos representam socialmente. Que nos situam. Que dizem para os outros quem somos em momentos determinados pelas emoções e motivações anteriores – nunca o que podemos ser, por isso comportamentos não indicam o caráter de ninguém, são apenas traços provocados deste; embora julgam-se as pessoas a partir dessa perspectiva. São esses comportamentos que moldam nosso dia a dia, o cotidiano e a própria vida.

Quando apenas o princípio do prazer domina minha vontade de agir não há ponderação. Ponderar significa, antes de tudo, considerar a totalidade que o contexto envolve, atitude para poucos, pois ponderar envolve consideração de possibilidades situacionais da alteridade envolvida. Posição difícil de ser alcançada pela reflexão, pois leva à indefinição e impossibilidade de decidir pela racionalidade consumista válida. Por isso é mais comum decidirmos apenas pelo nosso ponto de vista, pelo que penso ser o melhor para mim e não para todos os envolvidos (princípio da individualidade – pressuposto secundário determinante de ‘felicidade’ dentro da atual sociedade). Considerando e contemplando-se todos, inexoravelmente nosso comportamento se atrofia e vivemos infelizes, ou melhor, insatisfeitos. E estar insatisfeito significa queimar a vida.

Assim, é mais comum elaborar os comportamentos pelo princípio do prazer individual (não existe princípio de prazer coletivo – isso é exploração para conseguir o prazer individual), em detrimento de uma instituição, comunidade ou coletividade. O que importa é eu ser feliz. O outro, que se arranje...