Apertos

Os soluços do meu coração passaram a ser cada vez mais frequentes, não importa o quão grande sejam as pancadas que eu insista em dar, ou o tamanho dos goles de ar que o faço tomar, ele, simplesmente, resiste aos meus sinais de alerta. Não haviam ritmos cardíacos ou adrenalina suficiente, eu apenas aceitei o fardo de ter fracassado com uma das poucas coisas que, quebradas ou não, partidas ou não, eu não conseguiria descartar na próxima esquina a ser virada. É incompreensível o fato de não saber como as palavras não saltam pela minha boca quando já chegam até a ponta da minha língua, desespero seria uma desculpa perfeita para disfarçar a verdade que é o meu fracasso. Eu poderia apenas observar sorrisos e julgar a delicadeza, a mente é o meu ponto forte. Os enganos começam quando não tenho apenas a mente me sussurrando aos ouvidos, o coração faz tudo ter, ilogicamente, um sentido perfeito maior do que a razão, e essa abstinência de lógica é o fator que nos abandona nus no escuro, de braços abertos a meio passo do precipício, perdendo um jogo que já é impossível de empatar.

Bemrich
Enviado por Bemrich em 04/06/2017
Código do texto: T6017757
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.