Eu, a vida e a morte

Quando eu nasci,

Nasceram comigo a vida e a morte.

Olhávamo-nos olhos nos olhos

E lançamos um grande desafio.

Partiríamos ao mesmo tempo

Para ver quem ganharia a maratona

E quem teria a Grande sorte

De chegar na ultima reta primeiro

E sem mais aquelas

Começamos a correr

Por ruas , ruelas e carreiros,

Passamos os primeiros metros,

Os primeiros quilômetros,

O cronômetro marcava o tempo,

Começamos a sofrer

Eu comecei a sentir cansaço

Com dificuldade em correr.

Já começava a agarrar a camisola

Que a vida trazia vestida

E a morte sempre fresquinha,

Com um sorrir cínico, macabro,

Continuava sempre em terceiro lugar

À espera do bom momento

Para poder melhor atacar.

E eu, pobre alma cansada,

Coração que bate apressadamente

Como se quisesse chegar à frente

Mas hoje ela já com 47 anos

Que não entre em desenganos

E a morte no momento preciso

Dará a sua sapatada, ela é a mais forte

Quer eu queira ou não , tudo baterá certinho

E eu e a vida ficaremos pelo caminho

Abandonadas

E a partir daí, não somos nada.

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 03/06/2017
Reeditado em 21/12/2017
Código do texto: T6017567
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