Olhar para o Outro

Vivemos numa era onde há certamente incertezas, fragmentação das estruturas sólidas, severas dúvidas sobre as perspectivas outrora formadas no que tange a vida. Tanto a filosofia quanto a teologia encaram esse novo tempo, onde tudo o que se quer, pode-se alcançar. Até a busca pela morte, como válvula de escape das inquietações provenientes do mundo egoísta acelerado, vem ocorrendo com intrigante frequência.

Algumas pessoas sofrem por questões que outros consideram banais. A proposta é que não banalizemos o outro. É comum em nossa sociedade a fala, mas não é nada comum (pasmem) a escuta. Não raramente alguém tenta comunicar, falar, expressar, mas já estamos ocupados de mais com nossas respostas prontas para tudo, e corremos um sério risco de não ouvir realmente os gritos de socorro de um alguém importante.

O olhar para o outro com respeito, entendendo os interesses, hobbies, talentos, desejos, medos, anseios, desilusões, alegrias e emoções, podem fazer diferença, pode gerar vida. O olhar do cuidado, do acolhimento e da proteção. Precisamos revitalizar as palavrinhas mágicas de uma sociedade arcaica, tais como: Obrigado, por favor, com licença, você é importante, eu amo você, é bom ter um amigo como você.

C. S Lewis define a amizade da seguinte forma. [A amizade nasce no momento em que uma pessoa diz para a outra: "O quê? Você também! Pensei que eu era o único.] Não é atoa que a Bíblia declara em Tiago 5.16 [Portanto, confessai vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados. A súplica de uma pessoa justa é muito poderosa e eficaz]. Nesse momento, percebo que se tem alguém com uma dificuldade podemos fazer parte, demonstrando nossas próprias dificuldades, e como elas se resolvem ( provavelmente, em Cristo), levando dessa forma esperança para aqueles que já não enxergam esperança.

Nesse mesmo sentido que contextualizo em outras passagens: [Servi uns aos outros de acordo com o dom que cada um recebeu, como bons administradores da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4.10], [Consolai-vos, portanto, uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4.18] e [Levais as cargas pesadas uns dos outros e, assim, estareis cumprindo a Lei de Cristo. Gálatas 6.2].

A irmandade cristã deve ir além das paredes de um templo, uma vez que os verdadeiros templos somos nós (as pessoas), a mensagem devem ir para além de nós, nos relacionamentos, nas amizades.

Quero dar um grito de basta.

As pessoas estão perdendo a esperança por tanto ouvirem uma mensagem decorada de corações vazios. Sejamos a mensagem, sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-14), corações cheios da Palavra de Deus. Particularmente, sonho com o dia em que os cristãos serão de fato imitadores de Cristo. Se hoje assistíssemos essa realidade, a sociedade brasileira seria diferente, outra, quase irreconhecível em todos os aspectos que tanto nos entristecem, mas ainda há tempo, não só para o país, mas para as pessoas que estão desistindo bem perto de nós. Sejamos referência, levemos Vida e valorizemos a amizade.

Olhar para o Outro

Observo da janela

Pra dentro e fora dela

O que ocorre na mente

daquele que desiste?

Não sabe seguir em frente

Tentando sem referência

A vida parece descartável

Seria um efeito colateral

dessa modernidade líquida?

Há quem não vê mais sentido

Começa de forma natural

Esperança se vê perdida

Adolescentes em solidão

Por dentro um vazio

Jovens em solitude

Por fora uma visão

O que leva alguém

buscar acabar com tudo?

Findar um sofrer calado

Ouça atentamente

O clamor daquele que sofre

Sejamos resposta

Quiçá referência

Trilha para o Caminho

Basta-nos olhar para o outro

Há esperança lá fora

Há esperança aí dentro

Humanidade

Vida e amizade

http://devocionaiseuedeus.blogspot.com.br/2017/06/olhar-para-o-outro.html