QUANDO A MORTE REINA NUM CORAÇÃO
Há inúmeras maneiras do homem se corromper nesse meio social em que vivemos. Além do amor desenfreado pelo dinheiro e pela fama; além das pretensões mesquinhas que faz com que os homens esqueçam dos exaustos, dos necessitados e dos oprimidos, existe um desejo que, por mais que o disfarce consiga encobrir durante algum tempo, se tornará um dia manifesto aos olhos do mundo. O amor ao poder irrestrito, que nasce do orgulho e da presunção, é a forma mais eficaz para o homem se tornar inimigo declarado da toda humanidade e de toda a criação de um modo geral. Quem a si mesmo se enaltece e se considera acima do bem e do mal, corre o risco de se afogar nas suas próprias mentiras, principalmente quando tais mentiras produzem no seu coração mesquinhas pretensões de superioridade (acreditando de maneira ilusória que pode ser ''superior'' aos demais seres humanos, seja devido a raça, seja por causa da ideologia, ou então devido a maneira de se vestir). Uma pessoa depravada pelo engano, especialmente aquela que deixou morrer qualquer vestígio de amor que poderia iluminar a sua alma de tantas perversões, estará para sempre fadada ao fracasso, pois morte, e não a vida, será para sempre a sua morada e o seu destino. Pois aquele que exalta a si mesmo como se fosse um ''deus'', nunca consegue ser suficientemente humano para valorizar de todo o seu coração a vida (nem sequer tem a humildade de um sábio e a grandeza de um herói, para infundir esperança na vida de quem tem sede de justiça). De fato todo o homem que só valoriza a si mesmo se torna, em meio a tantos vícios e depravações, incapaz de sorrir com a beleza da simplicidade de uma criança e também incapaz de saborear o espetáculo de qualquer gesto de amor que promana de um ser humano pelo seu semelhante.