Amanhã pode ser o último dia.
Ultimamente eu tenho estado em uma vibe meio estranha. Já fazem alguns meses isto. Tenho pensado no quão frágil sou e que realmente tudo pode e vai acabar em um segundo. Eu sei, até as crianças sabem disso, mas não parece real. Bom, não parecia real. Esse corpo que tenho se desmanchará, um dia não restará nada além de pó. Cada dia é mais um dia, mas ao mesmo tempo torna-se menos um. Nossos próprios corpos são os responsáveis pela destruição do mesmo no final de tudo. É um sistema imunológico que simplesmente parará de funcionar e as bactérias que já habitavam no nosso corpo a vida inteira, tomarão conta de tudo em pouco tempo. Mais estranho ainda é pensar que isso será a qualquer momento.
Onde eu quero chegar com isso? Quero chegar na realidade dos fatos.
A gente perde tanto tempo com coisa inútil e olha só… o nosso tempo acaba.
Não, nós não temos tempo. Temos um sopro. Somos um sopro. Um pequeno instante.
Pode ser que haja algo após a morte, mas pode ser que não. Existem inúmeras possibilidades e só morrendo pra ter certeza. Viver pra muitos tem sido parar de sonhar e fazer de tudo pra continuar existindo. Isso não faz sentido.
Existir por nada e morrer por nada também?
Viver é cantar, dançar, sorrir, chorar, olhar a chuva, sentir a chuva, caminhar devagar, observar cada detalhe, pisar na grama, abraçar, cheirar, beijar, transar se quiser, tocar, cair, levantar, correr, enfrentar, fugir às vezes, conversar, pedir ajuda, ajudar, falar, ouvir, brigar só quando necessário, saber entrar, saber sair, viajar, pular, não ter tanto pudor e medo do ridículo. Tá todo mundo no mesmo barco, eu estou confusa também.
Viver é um constante aprendizado sobre nós mesmos. A cada momento vivido, montamos uma peça na formatação de nosso caráter. Podemos ser melhores!
Tudo é tão vago como se não fosse nada, mas de uma coisa eu sei, quero fazer muito mais do que apenas existir.