A guerra de todo dia

Minha guerra é comigo, nunca com o outro, minha guerra é travada nas trincheiras da minha memória, ao redor do meu coração. Guerra árdua, solitária. Luto todos os dias por mais silêncio, para que eu possa ainda escutar o outro, para entendê-lo melhor, luto por mais calor e por menos dor, para que possamos nos encontrar no abraço, luto por mais igualdade, para que eu seja o mais igual de todos, na beleza da simplicidade. Luto seriamente para que possamos ser mais alegres, mais festivos. Luto em prol de quem faz a vida acontecer na vida do outro e, sobretudo por aqueles que estendem o braço não por pena, mas por enxergar no outro seu semelhante.

Essa guerra é minha e está enraizada nos meus poros, nos porões de minhas lembranças, em minhas mãos, em meus pés, na minha alma igual. Luto pelos justos e não pela justiça, luto pelos sonhadores, pelos poetas que nos embalam sem seus sonhos. Luto por saber que essa minha guerra me faz mais responsável por esse planeta. Luto pela bondade dos gratos e pela grandeza que há no perdão.

Milton Oliveira

16maio/2017

milton antonios
Enviado por milton antonios em 16/05/2017
Código do texto: T6000772
Classificação de conteúdo: seguro