A maldição
A maldição
Como uma flecha envenenada sob a influência de uma besta, perfura e ensandece o intransponível e armadurado coração narcísico, concretizando a irrevogável profecia do licor das bruxas.
Menina-mulher, inocente e malvada, ingênua e cruel, desvestida sobre o leito, pronta para ser sodomizada, pronta para usar e mutilar a mente.
Com o brilho da lascívia nos olhos e a flama da felicidade no coração há muitas luas extinguida, inebria os corações sôfregos com lábios carnosos, pulsantes de mendacidade, arrastando-os para o lugar torvo e sombrio que chama de mundo.
Por entre as teias pegajosas da volúpia e da mentira, escraviza sem clemência, munindo-se de fragilidade farpada e da volubilidade de um mar barulhento e indomável, que oscila conforme a lua no firmamento.
E, então, com a alma empedernida, fecha o ciclo da maldição histriônica, para abrir sua caixa de pandora em outro cosmos e mortificar um novo coração; afinal, as concupiscentes filhas de Dionísio sempre derrotam os altivos filhos de Zeus.