Despedaçado

Minhas dores perplexas extenuantes insinuam o tempo de vida que me resta. Não há muito tempo, estou despedaçado, enfraquecido, intrigado comigo mesmo.

Não pude dizer o quanto sinto, na verdade não se mede este sentimento. Confesso que deixei a porta aberta, seu lugar na cama, seu café pronto e sua torrada na chapa. Contei carneirinhos e montei neles para pular as cercas em busca do sono em noites frias e calorentas.

Chamei seu nome quase que num berro, me assustei, pois achei que estava pensando. Chorei, chorei de amargura, abarrotei os lençóis com o que sobrou de você em mim. Então sorri, sorri porque lembrei de como fomos felizes nos dias em que eu não ia trabalhar, quase nunca. Precisava daquilo para nos manter e você sabe disso. Sabia.

Nada do que eu falar ou escrever vai trazer de volta sua alma ao seu corpo. Além do mais, ele já não se encontra mais aqui.