Poderia dar um nome a essa emoção?

Um sentimento que sem dúvidas,

Jamais poderia ser descrito,

Emoção que se sente,

Quando tudo parece ser possível.

A plenitude que é capaz de preencher,

Até mesmo os vazios internos

Como quando nos permitimos

Sentir completos.

Como a intensidade das gotículas de chuva,

que lentamente molham os cabelos,

Depois escorrem pela cavidade dos olhos,

Como se fossem lágrimas misturadas ao suor,

Percorrendo toda a face,

Até que todo o corpo esteja encharcado por inteiro.

Inicialmente apenas chuviscos,

E em pouco tempo, lentamente,

O corpo molhado parece ter enfrentado uma tempestade.

É um sentimento também presente

Na sinestesia de observar o sol,

No finzinho da tarde,

Que lentamente desce,

E ao se pôr parece emotivo,

Não contém suas emoções acumuladas

Em seu dia cheio,

Explode-as então na imensidão do céu,

Mudando sua coloração.

É a emoção sentida ao estar

Com um enorme desejo,

De tomar um Mix de Chá Mate

E estar perto de um estabelecimento

Que vende exatamente,

O sabor que você queria.

Ansiosamente,

Você o observa ser preparado,

Quanto tempo você não sente

Aquele gosto,

Será que atingirá suas expectativas?

Por fim, te dão o copo já cheio,

Você puxa no canudo,

O primeiro gole,

Sente então que é exatamente ou melhor

Daquilo que esperou,

Os próximos goles também te satisfaz,

Mas jamais serão, o primeiro gole.

Essa é a emoção quando se sente,

Quando algo poderia ser assim pra sempre,

Porque você está exatamente onde gostaria,

E pelo menos naquele momento,

Não consegue pensar em nada

Que gostaria de mudar,

Está muito ocupado sentindo.

É quando você sorri para um desconhecido,

E recebe um sorriso em retorno,

Então percebe que sua iniciativa,

Tornou mais positivo, o dia daquele estranho.

Vai saber, se aquilo não era tudo,

Que ele estava precisando?

É estar com os amigos e

Conseguir gargalhar verdadeiramente,

Até doer a barriga

E paralisar os músculos ao redor da boca.

É quando se recebe o carinho da família

E juntos, todos conversam sobre bobagens,

Afinal, os melhores momentos,

No momento em que o vivemos,

Parecem bobagens, não é?

Mas não são.

É ouvir um "Eu te amo",

E ter a certeza,

De que a pessoa que te disse,

Falou a verdade.

E então lhe abraçar forte e apertado,

E poder dizer de volta a mesma frase,

Há ali a mais terna reciprocidade.

É poder ter lembranças,

que te façam rir alto sozinha,

Sem nem ao menos se importar,

Se os outros te acham louca ou esquisita,

Eles não estão em seus pensamentos.

É quando ao viajar,

Sente o vento entrar,

Pela janela do ônibus,

E tem então uma sensação,

De liberdade,

Não de frio, nem algo incômodo,

Liberdade.

Sem ligar para os cabelos bagunçados

Com o vento,

Sem se importar para o frizz,

Ou se o movimento deles na frente do rosto,

De leve arranham a face.

É sentir o universo,

Com profundidade.

E dentre tantas outras milhares de coisas,

É o momento em que se sente,

O eterno,

Mesmo que apenas por alguns instantes.

É se permitir encontrar,

No mais simples da vida,

Algo que te marque.

Quando se ama e é amado,

E a vida vale a pena.

É quando a poesia,

Não precisa estar lado a lado,

Com a melancolia.

Como dito no início,

"É um sentimento,

Que não pode,

Ser descrito"

Pois os melhores momentos,

Não carregam em si,

Apenas uma emoção,

Mas um conjunto delas,

Que falho ao tentar resumir,

Em uma única palavra.

Não posso dizê-la. Você terá que adivinhá-la.

Porque se você conseguiu sentir o que eu sinto ao ler esse texto,

você já sentiu, e já sabe qual é a emoção.

E ainda que não pense na mesma palavra que eu, para definí-la,

Pensará em um conjunto de umas cem mil outras, com igual intensidade.

Versus da bravura
Enviado por Versus da bravura em 02/05/2017
Código do texto: T5987869
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