A Implosão da Ética e da Moral
Quando se comenta sobre a decadência ética e moral da sociedade humana, logo se ouve que nada mudou, e que a Humanidade sempre foi o que é atualmente. Realmente, a história da Humanidade não causa orgulho a ninguém, mas devemos esboçar uma análise um pouco mais profunda, considerando o que chamamos de evolução.
O Ser Humano começou a sua evolução da estaca zero, quando era absolutamente igual a qualquer um dos animais irracionais. A sua racionalidade nasceu a partir do momento em que “Adão” “acordou do sono profundo”, tomando conhecimento do bem e do mal. Daí em diante, no roteiro da evolução, Adão foi refinando progressivamente suas faculdades mentais, apurando o seu discernimento sobre todas as coisas e também sobre todas as suas próprias circunstâncias, o que significa todo o seu desenvolvimento intelectual.
Em pleno século XXI, vamos imaginar o indivíduo “A” como um sujeito semialfabetizado e de pouca estatura intelectual, e o indivíduo “B”, como um sujeito culto, bem educado e de alta estatura intelectual. Teoricamente, o indivíduo “B” deve ter um comportamento bem melhor sob o aspecto ético e moral, certo? Não, errado. A compleição moral do indivíduo não depende do seu grau cultural, mas sim de uma “régua” pessoal que mede os valores éticos e morais, os quais estão alojados no íntimo ou na consciência de cada indivíduo. A evolução da consciência, esta sim, é que indica a progressão ou regressão da noção mais ou menos profunda da ética e da moral. Tendo conhecimento do Bem e do Mal, e orientado pela sua consciência, “Adão” pode perfeitamente, direcionar as suas opções.
Ocorre, no entanto, que a evolução da consciência, após Adão ter “acordado”, não está vinculada ao tempo, e a sua progressão se relaciona com o espírito do homem, e não com a sua evolução racional. Essa distinção é fundamental, pois ela individualiza a nossa responsabilidade, neutralizando a nossa intenção de socializar a decadência moral, como desculpa para a nossa imperfeição. Mas quando nos interessa, comportamo-nos como se estivéssemos isolados numa redoma de vidro, não participando do comportamento coletivo, quando na realidade, se nos analisarmos nos detalhes, retrospectivamente, e com absoluto grau de sinceridade, em todas as circunstâncias da nossa vida passada, contemplaremos, na nossa consciência, uma grande quantidade de irregularidades cometidas, desde as pequenas até algumas mais expressivas, as quais se mantêm no depósito da nossa intimidade, mesmo porque seria inútil retirá-las, restando-nos manter o sincero arrependimento e o desejo de não repeti-las no presente e no futuro.
Assim, é o tamanho do contingente inconsciente quanto à moral, em um determinado momento, que sinaliza o estado em que se encontra o coletivo, ou seja, a Humanidade. Mas, na medida em que aumenta o “peso” desse contingente, ele arrasta consigo, como numa avalanche, as consciências ainda não consolidadas, que como “ovelhas” desgarradas, apenas seguem o “rebanho” rumo ao despenhadeiro. Então, numa visão assustadora, contemplamos a silhueta do Titanic ainda flutuando no horizonte...
“A consciência é o último ramo da árvore que floresce; só dá frutos tardios”. (Joaquim Nabuco)
“Este é o castigo mais importante do culpado: nunca ser absolvido pelo tribunal da sua própria consciência”. (Juvenal)
“A Preocupação olha em volta. A Tristeza olha para traz. A Fé olha para cima”. (Anônimo)
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. (Anônimo)
Olhando para o Planeta, parece que o contingente da inconsciência está mais pesado que nunca, e que também as consciências não consolidadas, sintonizadas com o supérfluo e com o descaso, estão no auge da reprodução, numa sinistra combinação. O nosso Titanic está à deriva e balançando muito, com uma enorme montanha de “problemas congelados”, [um gigantesco iceberg] bem à sua frente, na rota de colisão... Onde estão os “coletes salva-vidas”? Na história verdadeira do Titanic, por negligência, não havia coletes salva-vidas suficientes para todos os seus ocupantes. Foi um terrível desastre! Convém procurar os coletes salva-vidas, mesmo porque a tripulação que conduz o nosso atual Titanic, [o Planeta] pelo que se observa, é muito mais negligente que a outra... E no “barco” Brasil então, que horror!!! Socorro! Socorro! Salve-se quem puder.