À procura de um príncipe ou do sapo encantado
QUANDO A VIDA COMEÇA A TOMAR FORMA....
À PROCURA DO PRÍNCIPE OU DO "SAPO ENCANTADO"....
Acontece que um belo dia, perdida entre o que foi e o que poderia ser, você acorda cúmplice de uma espera. A expectativa de um telefonema, uma carta, mensagem de texto, um adeus. E nada. Porque a espera é isso, um grande nada recheado de todas as caraminholas passíveis de viver no coração de alguém.
Enquanto isso o mundo está lá fora te provando que nada pode ser melhor, nós e o que construímos até aqui. Porque não existe punição maior para quem procura reciprocidade do que comprar o ingresso do parque e precisar enfrentar uma fila quilométrica para andar no brinquedo tão esperado apenas por breves segundos.
O fato é que quem gosta não espera. O amor é um dos sentimentos mais urgentes do mundo. Porque ele quer e quer, apenas aguardando um sinal de entrada. O amor transborda presença. Nada de “eu quero passar o resto da vida com você, mas não agora”, nada de “eu gosto de você, porém não sei se devo assumir um relacionamento neste instante”, nada de “estou com saudades, mas infelizmente sem tempo para te encontrar essa semana”. Amor é coisa poderosa demais. Força de vontade também. Não existe trauma, frustração, dúvida, decepção no mundo capaz de lutar contra um sentimento quando existe reciprocidade. Da premissa mais conhecida: quem quer faz, quem não quer arruma uma desculpa. Simples assim.
“Quando a gente descobre que quer passar o resto da vida com alguém, a gente deseja que o resto da vida comece logo”. A dura verdade é que enquanto você está aí quieto, enquanto você é refém de uma indecisão e marionete dos caprichos daquele alguém, o universo segue sua órbita e apenas seu coração permanece ansiando por uma brecha.
Então não, não vale a pena “esperar” por ninguém. Porque se você precisa provar a alguém seu valor para que uma decisão seja tomada, se você precisa literalmente parar sua vida esperando uma chance de finalmente sambar a dois, se sua autoestima bem como suas vontades são negligenciadas durante o processo, e se o sentimento do outro é forte o bastante para sustentar uma espera, talvez este sentimento não seja verdadeiro o suficiente para fazer morada na sua vivência.
Ou você quer, ou não. Não existem meios termos, muito menos meias verdades. No fundo, a gente sempre sabe o que quer, apenas demora um pouco mais para assimilar aquela escolha e suas possíveis consequências. Afinal de contas descer do muro e decidir por um dos lados da estrada invalida de certa forma inúmeras possibilidades de felicidade presentes no caminho deixado para trás. Propor uma espera nada mais é do que uma tentativa frustrada de se apegar a um plano B, caso todas as outras travessias deem errado. Além de cômodo é a máxima falta de respeito com a permissividade do outro. E se tem uma coisa que a gente não é obrigada nessa vida é a esperar pra ser feliz.
Aceitar o descompasso e seguir adiante. Amor não é barganha e definitivamente não sabe esperar. Não importa se o relacionamento é antigo ou se o sentimento está pedindo passagem nesse exato momento. Parar de ocupar o caminho com uma presença incompleta e deixar partir aquilo que não encontrou espaço na sua vivência. A vida é transitória demais. Coragem para aceitar a única certeza inquestionável do amor: o livre arbítrio de ser, estar, permanecer. Que seja aqui e agora, enquanto existe vontade, não na imprevisibilidade do amanhã. Qualquer coisa diferente disso é migalha, perda de tempo e invariavelmente descaso com o sentimento mais importante do mundo: o amor próprio.