senhor
Repare...
escreva um verso ligeiro
daqueles que me fazem liberta...
meu prisioneiro afastado,
escreva fingindo o inverso...
aprendi cedo a virar do avesso
os versos da minha estória...
sabe...
preciso te contar,
O Belchior morreu, partiu, bem agora...
me inundei de dor e lembranças
dos males que a ditadura, nos fez...
repare ...
nem sei dizer se nos falta coragem
como romper com o que temos,
como trilhar o fim da estrada
Como tomar o rumo discreto...
então me diga...
com quem falar do que aflige
memórias de tempos fáceis e difíceis
sigo sozinha, porque quero
converso com o meu interno
lendo poemas eternos...
Ines