Sobre encantamentos e o pôr do sol
Sempre digo que o pôr do sol de Campo Grande-MS é o mais lindo que existe! Longe de ser uma demonstração explícita de bairrismo é apenas uma simples constatação, afinal é daqui o pôr do sol que os meus olhos veem todos os dias e seria injusto não o considerar o mais lindo de todos. Apaixonada por este momento espetacular, sinto como se houvesse magia carregada de bons presságios e todas as esperanças. Gostaria de estar no lugar de Bio, ao lado de Rodrigo, personagens de Érico Veríssimo na trilogia O Tempo e o Vento, na parte 1 de "O Retrato", quando Rodrigo chama a atenção do irmão para o pôr do sol de Angico: "[...]_ Quanta cor no céu! Vai tomando nota: Púrpura, laranja, carmesim... ouro velho... ouro novo... prata... malva... roxo... verde... cor-de-rosa... pardo avermelhado... azul desbotado... azul-da-prússia... E aquelas nuvens crespas lá em cima, não te parecem os dorsos dum imenso rebanho de ovelhas? E a nuvem mais escura não será o vulto do pastor? [...]"
Ah! Jamais daria a resposta de Bio: "[...] _ Ora, não me amola! [...]"
Ficaria ali, extasiada, registrando na memória cada cor, cada movimento das nuvens, cada segundo do momento mais encantador do dia, embalada no sentimento de amor à vida, à natureza, às pessoas, ao homem da minha vida, a Deus!