É preciso crer para criar
Analisando mais profundamente o verbo CRIAR, pode-se observar que ele tem alguma relação de semelhança com o verbo CRER. A primeira delas está na conjugação do presente do indicativo do verbo criar (tu crias, ele cria, eles criam) e na conjugação do pretérito imperfeito do indicativo do verbo crer (tu crias, ele cria, eles criam) - pronúncia (homofonia) e grafia (homografia) idênticas em algumas pessoas. A segunda semelhança reside na estreita correlação semântica entre eles: no ato de criar alguma coisa, o ser humano precisa acreditar na viabilidade de sua criação, ou seja, antes de criar é preciso crer! Acreditar é condição "sine qua non" para se criar qualquer coisa!
No início do século XIX, a eletricidade encontrava-se numa fase incipiente, mas Michael Faraday, físico e químico inglês, após apresentar a sua Teoria sobre a Indução Eletromagnética, foi indagado por um dos espectadores com a seguinte pergunta: Qual a utilidade de sua teoria? Para que ela serve? Sabiamente ele respondeu com outra pergunta: para que servem os recém-nascidos, eles não sabem fazer nada, são totalmente dependentes e não têm utilidade prática nenhuma! Mesmo assim nós os amamos, porque acreditamos neles, nós acreditamos em seus potenciais, no que um dia poderão vir a ser! Crer e criar estão numa relação dialógica de causa e efeito! Pense nisso!