O Amor
Disse-me certa vez o poeta Gajo Costa em inteligente comentário a um poema nosso, que o amor é invasivo e contraditório, que nos assusta, e que mesmo assim nos apraz vivenciá-lo, embora apreensivos quanto a sua efemeridade. Na ocasião não alcancei a profundidade daquele pensamento, mas hoje voltando a lê-lo vi que, num simples comentário ele nos disse uma grande verdade.
O compositor Djavan, num momento de iluminação disse que “...o amor invade, e fim ...”. Quanto a contraditório, é inegável que, quando amamos, frequentemente tomamos atitudes que de outra forma não tomaríamos. Somos capazes de perdoar defeitos e aceitar situações que não se coadunam com nosso comportamento normal. Devo dizer, no entanto, que um amor verdadeiro não seria efêmero, quando muito, “infinito enquanto dure”, como tão bem falou o poeta Vinicius de Morais em seu Soneto da Fidelidade.