Namorar sem preconceito

Título: Não opine sobre o que não conhece

Namorar sem preconceito

Certo dia, ofereci uma carona a uma jovem universitária com idade de ser minha filha. No percurso, conversávamos sobre trabalho, estudo e família; nesse meio tempo ela exclamou:

- Você precisa ter também seus momentos de lazer, se não vai acabar não aguentando!

- Estou tentando. Uma amiga tem me ajudado muito, me convidando para teatro, cinema, serestas... e agora, estou namorando.

A jovem me olhou com os olhos arregalados e exclamou:

- Eu pensava que somente pessoas jovens se apaixonavam!

Respondi:

- Não somente você pensa assim, todos nós fomos induzidos a pensar dessa forma, só que algumas pessoas têm a ousadia de experimentar e descobrem que a idade não diminui a intensidade dos sentimentos, nem tão pouco, o prazer de amar, e aí se dão conta que, não se permitir amar por puro preconceito de idade é uma tamanha imbecilidade.

Quando escuto uma pessoa jovem opinar por coisas que a idade ainda nem lhe permite experimentar, sempre desejo que no seu processo gradativo de elevação da idade cronológica, também evolua nos conceitos de amor, felicidade, beleza e vida, ou então... o que serão quando chegarem aos setenta? Podemos sim, amar e ser amado enquanto existirmos. Sinto que hoje eu abraço, beijo, observo, leio, sorriu, cultivo amizades, me relaciono com meus filhos, amo, ouso... muito melhor que ontem. È para isso que envelhecemos a cada dia, para nos tornarmos mais gente. Não há tempo para amar, há tempo para existir.