CINCO ANOS

Completam-se nesta data, cinco anos que mudei para Santo André da Borda do Campo/ S. Paulo e, durante esse tempo, seguindo o pensamento antigo dos habitantes de Roma, a cidade eterna, procurei viver tal como vivem os paulistas, claro, sem deixar-me contagiar pela urgência sem causa dos que vivem por aqui.

O clima foi a grande diferença sentida porque o gradiente de temperatura de um único dia, ou manhã, ou questão de horas é maior que o do ano todo no Nordeste onde eu vivi a maior parte da minha vida.

A coisa mais difícil de encontrar por aqui é um paulista daqueles quatrocentões de múltiplas gerações exclusivamente de nativos.

Até hoje só conheci um.

O demais, como eu, são oriundos das mais diversas regiões do país ou de fora dele, reiterando a ideia de que São Paulo é o Estado mais cosmopolita do Brasil.

Talvez por isso, o paulista (nato ou adotivo) não tenha a facilidade de fazer amizades como a maioria dos residentes no Nordeste.

Com o passar do tempo, a falta que sentia da minha terra foi se transformando em grata lembrança e hoje, posso dizer que só sinto saudade dos sabores e cheiros dos alimentos e da maneira melodiosa (e linda) de falar, dos ditos espontâneos e jocosos dos meus conterrâneos.

Meu estilo de vida hoje é diametralmente oposto ao que eu tinha e por isso posso dizer que sou feliz na companhia de minha esposa e na busca das realizações dos objetivos individuais e comuns.