Cena

A vida é uma coletânea de cenas. É cena quando você canta para alguém e alguém canta pra você. É cena ao receber um carinho de quem não é seu, mas que por um momento, nesse momento é e foi seu. É cena quando se anda pelas ruas, corre por elas, vai em lugares, compra coisas para comer e se vestir. É cena ao tentar chegar em outro lugar. É cena de saudade visualizar todos os momentos e marcas daquele espaço, ver a grande relação em que tem com as ruas, com as arquiteturas dos prédios apreciados em uma tarde, ou em repetidas tarde de domingo.

Ora, se as pessoas podem dizer que a vida é um palco e nós somos atores, porque não posso dizer que a vida é feita de cenas, amarradas e sequenciadas da forma que nós diretores/atores temos total condução da mesma. E quando sem condução, o que na verdade não queremos, somos jogados ao nicho de observadores ou até mesmo figurantes. Por falta de ação, que por vezes não a temos como bem queremos, é lamentável, mas ainda foi cena. Daquelas que costumam nos dar o ar do fracasso e o peso da reflexão.

As cenas podem ser partilhadas, compartilhadas e ainda tão autorais e intransferíveis com o nosso peso de vida, as mesmas servem de vivências e experiências, significativas não só para a nossa mente cheia de marcas mas, para os outros que nos acompanham ou até mesmo invejam nossas cenas e os seus tais elementos tangíveis ou intangíveis que as compõe.