O Teatro
No teatro de máscaras da vida real
Atua melhor quem atua há mais tempo
O silêncio é a melhor companhia dos atentos
Dos observadores
Dos absorvem-dores.
Mudam os papéis
Alteram-se as personas
E as cortinas estão sempre entre o primeiro e o último ato
E os aplausos são ironias ofertadas em forma de glória
Os risos são doses de sadismo adornados por dentes brancos
Amenizados pelo som bufante das mentiras e omissões
Há tragédia e Redenção
Melancolia e Festa
E tudo magicamente, marginalmente cômico
Nenhuma introdução
Nenhuma linha transformadora que muda o roteiro
Nenhuma atuação brilhante
Digna de premiação
As balas são de festim
Porque chumbo trocado não dói
Ninguém escapa das atuações diárias
Mas todos, depositam esperanças utópicas em um final feliz.
Charlene Angelim