Pelo desuso indiscriminado do não
Não virou mais que partícula negativa ou partícula expletiva.
Gerou-se uma horda de abusadores do não que lhe roubou
A característica da ‘expletividade’, deixando-a praticamente em desuso
Para o caso e também para o ocaso.
Virou vocábulo de uso indiscriminado.
Com o não se nega verbos, adjetivos e advérbios.
O uso em alguns casos é tal qual o do “Prozac”.
O fato é que os usuários não se deram conta de
Que dizer não causa dor, desilusão, causa constipação e até febre.
Expelir o não pode até trazer satisfação, mas será efêmera.
Receber o não, por seu turno, causa também e dentre outras sensações daquelas mais amargas, frustração.
Antes de dizer não, melhor refletir,
Se não disser não, não causará frustração.
Ensinar é não dizer não à liberdade de pensar,
De criar, de sonhar. É permitir expandir conhecimento e realizações.
Permitir é libertar, é deixar ser
É ser também, grande, ao menos.
Dizer não por insegurança denota fragilidade,
Ausência de crença e certeza da própria capacidade.
Incerteza ante certeza que se acredita(va) ter.
Dizer não em constância denota despreparo, insegurança, egoísmo, ausência de coragem a aceitar os efeitos de um sim e abrir-se às novas possibilidades.
Antes de dizer não, cabe a reflexão:
Como será a sensação de não dizer não?
São Paulo, 03 de abril de 2017, e por que não?!