Pelo desuso indiscriminado do não

Não virou mais que partícula negativa ou partícula expletiva.

Gerou-se uma horda de abusadores do não que lhe roubou

A característica da ‘expletividade’, deixando-a praticamente em desuso

Para o caso e também para o ocaso.

Virou vocábulo de uso indiscriminado.

Com o não se nega verbos, adjetivos e advérbios.

O uso em alguns casos é tal qual o do “Prozac”.

O fato é que os usuários não se deram conta de

Que dizer não causa dor, desilusão, causa constipação e até febre.

Expelir o não pode até trazer satisfação, mas será efêmera.

Receber o não, por seu turno, causa também e dentre outras sensações daquelas mais amargas, frustração.

Antes de dizer não, melhor refletir,

Se não disser não, não causará frustração.

Ensinar é não dizer não à liberdade de pensar,

De criar, de sonhar. É permitir expandir conhecimento e realizações.

Permitir é libertar, é deixar ser

É ser também, grande, ao menos.

Dizer não por insegurança denota fragilidade,

Ausência de crença e certeza da própria capacidade.

Incerteza ante certeza que se acredita(va) ter.

Dizer não em constância denota despreparo, insegurança, egoísmo, ausência de coragem a aceitar os efeitos de um sim e abrir-se às novas possibilidades.

Antes de dizer não, cabe a reflexão:

Como será a sensação de não dizer não?

São Paulo, 03 de abril de 2017, e por que não?!

FERNANDA FERNANDES CONCEIÇÃO
Enviado por FERNANDA FERNANDES CONCEIÇÃO em 04/04/2017
Código do texto: T5961142
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