Mais

O que me apaixona sempre mais, é o tom de azul do céu, quando o sol está nascendo e se pondo. Aquele tom parece sensível, o sol está sensível perante o mundo, as nunvens estão sensíveis perante a ele, o vento é tão suave tocando o rosto, que me arranca um sorriso...

Em constraste com o céu, temos gente cansada, madrugando as 5hs em trens e ônibus lotados, com o psicológico lotado, no limite físico.

Somos minúsculos detalhes diários, hábitos, necessidades, falta de opção, obrigação. Aqui se acredita em abrir mão, em buscar o pão de cada dia independente de como você fará isso, e a cada semana pensar que não aguenta mais essa mesmice de sobreviver num mundo onde nada para, nada segura sua mão, nada vem de graça, nada vem fácil. Eai, você só sobrevivi, e não vive.

"Você precisa se esforçar, porque nada cai do céu, a realidade é difícil" - diz a vida.

Mas o sol da tua vida, ele está aí todo dia.. vem de mansinho, como se quisesse avisar que você precisa respirar igual a ele de manhã, aos poucos irradiando o seu tom, até atingir sua luz mais forte como um dia ensolarado do meio dia, ou ser mansidão e calmaria nos dias frios, nublados e chuvosos - não tem problema ser dias chuvosos também, até porque assim como o céu, somos feitos de inconstantes mudanças.

Por isso, dane-se se as pessoas estão cheias dessa cidade, sua realidade não define a sua realidade. A sua vida pode ser e É mais que dias cansativos e limitados no calendário. Foque em você também e não só no materialismo, não só no seu automático, não só em obrigação. Experimente sair da tua zona que está acostumado.

(Ouça sua música preferida, sorria para alguém, chore no meio da rua se tiver vontade ao olhar para o céu, não se contenha em ouvir teu silêncio, tome banho de chuva, mude de ideia, faça o curso que sempre quis, seja contra mão mesmo, não se esconda de si, não se rotule. Você é suficientemente forte e bonito. Não perca o seu mais bonito tom de azul do seu nascer, por só olhar para o tom de cinza dessa cidade. Você não é essa cidade. Você é o céu).

- Thaís Cordeiro.