Gente igual a gente.
Surpreendente meu pai que fazia a gente meditar com simples hilárias brincadeiras. Possuía a mania de fazer um humor ao mesmo tempo rude mas com uma acidez que provocava a reflexão. Este fato ocorreu certa vez quando fazíamos a viagem para Piraúba, onde meu pai fazia uma volta no tempo ao procurar rever o lugar onde havia nascido. Pequena cidade do interior de Minas. No caminho estávamos em nosso fusquinha azul caiçara, que para meu pai era o orgulho pois havia sido comprado zero quilometro, ano 1974, que fazia sempre questão de dizer que era quase um 1975, pois havia sido comprado em dezembro, já que naquela época não havia o fato de dizer que o carro era ano tal, mas o modelo era outro ano, como se usa hoje, como forma de valorizar o carro.
Estávamos atrás de um caminhão em nosso "possante" fusca 74, comprado em dezembro, indo confortavelmente em nosso passeio e logo a frente um caminhão muito antigo, com alguns trabalhadores, com roupas surradas e até bastante sujas,na carroceria com semblante de cansaço evidente, quando meu pai com seu típico humor, disparou:
-Olha filho, os pobres, vão ali neste desconforto e nós aqui no "bem bom".
Obviamente, já conhecendo meu pai não levei a sério sua observação
antes ainda disse, apenas para nós escutarmos.
-Vai pobreza.
Após alguns instantes, veio mais uma das lições de meu pai, que era pessoa extremamente caridosa e altruísta.Em tom ameno agora mais pausado, com uma voz que beirava a tristeza, concluiu:
-Ali meu filho,disse apontando para aqueles homens maltratados, estão indo trabalhadores, pessoas dignas, gente igual a gente...
Após o ocorrido, seguiu-se um longo silêncio, quase obrigando a meditar sobre as desigualdades do mundo.
Depois prosseguimos a viagem até Piraúba, onde fomos em busca do passado...
Surpreendente meu pai que fazia a gente meditar com simples hilárias brincadeiras. Possuía a mania de fazer um humor ao mesmo tempo rude mas com uma acidez que provocava a reflexão. Este fato ocorreu certa vez quando fazíamos a viagem para Piraúba, onde meu pai fazia uma volta no tempo ao procurar rever o lugar onde havia nascido. Pequena cidade do interior de Minas. No caminho estávamos em nosso fusquinha azul caiçara, que para meu pai era o orgulho pois havia sido comprado zero quilometro, ano 1974, que fazia sempre questão de dizer que era quase um 1975, pois havia sido comprado em dezembro, já que naquela época não havia o fato de dizer que o carro era ano tal, mas o modelo era outro ano, como se usa hoje, como forma de valorizar o carro.
Estávamos atrás de um caminhão em nosso "possante" fusca 74, comprado em dezembro, indo confortavelmente em nosso passeio e logo a frente um caminhão muito antigo, com alguns trabalhadores, com roupas surradas e até bastante sujas,na carroceria com semblante de cansaço evidente, quando meu pai com seu típico humor, disparou:
-Olha filho, os pobres, vão ali neste desconforto e nós aqui no "bem bom".
Obviamente, já conhecendo meu pai não levei a sério sua observação
antes ainda disse, apenas para nós escutarmos.
-Vai pobreza.
Após alguns instantes, veio mais uma das lições de meu pai, que era pessoa extremamente caridosa e altruísta.Em tom ameno agora mais pausado, com uma voz que beirava a tristeza, concluiu:
-Ali meu filho,disse apontando para aqueles homens maltratados, estão indo trabalhadores, pessoas dignas, gente igual a gente...
Após o ocorrido, seguiu-se um longo silêncio, quase obrigando a meditar sobre as desigualdades do mundo.
Depois prosseguimos a viagem até Piraúba, onde fomos em busca do passado...