Folhas de Outono
A estação aguardava o horário para despir-se de um clima quente e com isso poder trazer aos dias vindouros um clima mais tranqüilo, no que se refere ao fluxo das folhas.
Elas renovam-se, uma roupagem bem peculiar e embevecida pela clorofila.
Regiões vão criando formas, recebendo o contorno de nuvens opacas, relembrando as ruas de um dia cinzento, com esquinas habitadas por pombos e pelos casarões históricos do Recife Antigo.
Os ventos das folhas que estavam sendo renovadas uniam o cheiro da clorofila ao aroma dos cafés daquelas cafeterias tradicionais, convidativas aos casais, aos grãos das palavras que deixava aquela esquina mais habitada.
Cada lugar com a sua peculiaridade, e o Outono traduz o seu clima em qualquer cidade.
Os livros são tocados por mãos que absorvem a temperatura da nova estação.
Pessoas transitam e as folhas tocam nas calçadas.
O vento leva as folhas sem rumo e estas são tão frágeis aos pingos da chuva, aos pingos d’água
Folhas de diversos tamanhos.
Árvores e seus frutos, sinônimo de usufruto...
Uma estação tão cheia de particularidades abre espaço para o Inverno.
Tem um nome que remete ao que é poético.
Trás charme para as roupas um pouco mais sóbrias.
Na sobriedade do fim da tarde, mostra o céu cheio de sensibilidade sendo tocado por grandes raios solares, é o por do sol, verdadeira moldura do cair da tarde.
São tantas renovações na natureza, olhares embevecidos, rara beleza...
O toque sublime na natureza de uma estação cheia de encantos parece deixar o vento mais leve e nos mostra o balanço de cada folha na ponta dos galhos que espalha o cheiro que parte das árvores com a sua nova roupagem, com as suas folhas de Outono.