Realidade
Quando acabar a beleza, o orgulho e a realeza,
Quando acabar a beleza, o orgulho e a realeza,
Quando enferrujarem os trofeus e as medalhas,
Quando cessar a alegria e se instalar a tristeza,
Quando perecer por completo o ideal de vencer,
Restarão apenas as flores desbotadas do poder,
Em vasos rasos tais quais as indesviáveis covas,
Onde perece a arrogância e o brilho a toda prova.
Sobrarão os espinhos das intermináveis quimeras.
E do costumeiro tilintar dos cristais e das medalhas
Restará apenas o odor ocre da inevitável mortalha.
Ana Stoppa.