Estratégias de pensamento I
Aqui admito, já fui obscuro, místico e de linguagem idealmente estética. Contudo, hoje e sempre, detesto tudo o que possa soar mágico - metafisismo colorido artificialmente por um otimismo infantil. Gosto de pensar naquilo que é concreto, e isto não me faz menos capaz de ir além do cinza cotidiano e alcançar os espaços inexplorados da psicologia profunda, do ocultismo e da metafísica existencial. Eu apenas não posso mentir, e neste caso, tornar a verdade bela, ou destituir nosso próprio fracasso de sua entidade cruel, sexual e agressiva. É um tremendo erro. Gosto de pensar à sério, e se isto me faz miserável, ao menos, me faz em algum momento - coisa que estes belos seres não poderiam ser - capaz de assumir-me real. A partir disso, posso finalmente buscar a virtude, transmutar meu enxofre em ouro, ou fazer-me melhor do aquilo que existiu (regra mínima para se atingir algum grau de maturidade, soberania e maestria).