Insônia
De noite a sede
Que agoniza os vampiros
Vem perturbar-me o sono
Insone, ouço aguçada os sinos
Dobrando-se em badaladas
Que anunciam as coordenadas
De caminhos que não seguirei
De um lado os sonhos
Que sonhei e abandonei
Cantam em gloria
Sobre meus escombros diários
E o porquê eu não sei
Sobram-me então os detalhes
As ressalvas
Os cinco minutos que respiro fundo
Que fico mudo
Combatendo a melancolia
Com o mínimo que sobra de alegria
Nesse espírito aloprado
A sede não cessa no gole
E a escassez de luz, é ausência momentânea
Que multiplica a ânsia
Pois há certas agonias inexplicáveis na expectativa
Por fim, entregue
Sigo
Suando os calafrios de outono
Sem sono
De um lado
Para o outro lado
Perguntando-se, se é sobre o muro
Que se encontra o lado certo.