único amor

me mostra a pobreza única

você tem que para de comer

é um amor de aves lunar

no gozo da liberdade do vento

mulher nua na varanda só

eu pus um ovo de avestruz

ela é a rainha das aves

trocando em miúdos porém

pobre natureza humana

dominante no planeta pobre

má consciência deve se calar

mais sofreu meu tio judas

na corda de bambu do sertão

velhos coiotes na montanhas

flores de espinhos na minha mão

sangra a minha alma e coração

mulher nua morta no chão

sem seus pelos molhados

pelos orvalho do amanhecer

queria sorri do meu medo

as sombras das árvores

perdida na minha formação

querida onda do mar sem fim

ratos sai dos buracos escuros

percorre o chão seco do sertão

nas curvas de minhas veias

sangra no meio da multidão

a saudade de uma paixão

do único amor que me restou

você natureza humana