OS NOVOS SEMIDEUSES
É interessante como transferimos para os outros a nossa ansiedade, as nossas expectativas, os nossos anelos de conquistas, de vitórias. No passado transferíamos para os semideuses, para os heróis da mitologia, hoje transferimos para os desportistas, para os políticos, para os líderes religiosos. Esses são os nossos representantes. Se eles erram os seus erros nos frustram, nos desanimam, nos constrangem, de alguma maneira nos afetam. Se eles têm êxito dizemos que o êxito é nosso. Interessante, pois colocamos nas mãos de outros a nossa alegria ou nossa tristeza, a nossa felicidade ou a nossa infelicidade, o nosso sucesso ou o nosso fracasso. Que ingente responsabilidade outorgamos aos outros. Será justo isso? Somos dignos de julgá-los? Somos dignos de cobrá-los? De lhes exigir ou pedir-lhes o cumprimento do que quer que seja?