E se
Ah... E quando sempre volto aqui é porque tu vais... E quando relembro o antigo texto que não era para ser teu, era para ser de outro alguém, e tu eras para ser outro, outra novidade, mas tu és meu passado e presente. E quando lembro das nossas conversas que não se acabam - e se acabam, quando tu vais - e quando releio, são tantas, desde o começo até o final -sem fim - sempre resta para o amanhã - e ele nunca chega, tu e o amanhã - tu me partes, e se ao menos não me jurasse palavras tão serenas, tão afáveis, se ao menos não fosse tão humano, se ao menos fosse incompreensível, se ao menos não fosse empático, e se teu sorriso não chamasse atenção dos meus olhos famintos - e minto quando digo não te querer, eu quero, quero como nunca quis outra coisa - e tu estás em todos os lugares, lá e aqui, no branco e no preto, na cidade e no interior - da alma, da calma e da confusão que fica aqui quando tu vais. Eu vou dormir rapaz, esperando a saudade dormir, mas ela não vai, nunca vai. Eu te amo, com a boca cheia e vazia, e outrora já não amo, eu te odeio, é martírio no peito que só dói e eu continuo querendo bem, querendo além, querendo...