PROFANAÇÃO DO CORPO E DA ALMA
Nestes dias de carnaval está expresso um sentimento de candura
Por todas as avenidas do país.
Coxas expostas,
Bumbuns esplêndidos, (in)desejados, imaculados.
O sexo desregrado não é pecado . (Não há pecado abaixo da linha
do equador e nenhuma nudez será castigada),
mesmo que os formatos pubianos se refaçam nos olhos e nos desejos,
Mesmo que o cheiro hipogástrico provoque atração.
A cortina se fecha, se abre: o espectro da nudez feminina fascina,
Mas não conduz ao pecado.
Dorso e ilhargas expostas. Ausência de pelos pubianos,
O rubi em exibição. Perfume!
Desejar não é profanar, diz o poeta.
A palavra é que é profanada lá na tribuna, no parlamento.
Nestes dias de inércia popular a palavra fica selada por lá,
Emudecida aqui nas avenidas.
Os desejos de profanação se limitam aos glúteos expostos nas AVENIDAS.
O corpo e a alma serão profanados lá no PARLAMENTO.