PROFANAÇÃO DO CORPO E DA ALMA

Nestes dias de carnaval está expresso um sentimento de candura

Por todas as avenidas do país.

Coxas expostas,

Bumbuns esplêndidos, (in)desejados, imaculados.

O sexo desregrado não é pecado . (Não há pecado abaixo da linha

do equador e nenhuma nudez será castigada),

mesmo que os formatos pubianos se refaçam nos olhos e nos desejos,

Mesmo que o cheiro hipogástrico provoque atração.

A cortina se fecha, se abre: o espectro da nudez feminina fascina,

Mas não conduz ao pecado.

Dorso e ilhargas expostas. Ausência de pelos pubianos,

O rubi em exibição. Perfume!

Desejar não é profanar, diz o poeta.

A palavra é que é profanada lá na tribuna, no parlamento.

Nestes dias de inércia popular a palavra fica selada por lá,

Emudecida aqui nas avenidas.

Os desejos de profanação se limitam aos glúteos expostos nas AVENIDAS.

O corpo e a alma serão profanados lá no PARLAMENTO.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 27/02/2017
Reeditado em 03/03/2017
Código do texto: T5925373
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