Mar e Barco
A correnteza na direção contrária
Arrasta a fé
E o mar ainda é terreno traiçoeiro
Das águas mansas ao olho do furacão vagueio
Oscilo impetuosa na espuma das águas turvas
Mas vê beleza no mesmo vento que causa estrago
Mar agitado essa noite
E o barco é pouco tripulado
Desemboca em si coragens que não tem
Magnificência digna daqueles que não procuram
Mas também não acham
Mar aberto não pode ser riacho
Porque calmaria é a ilusão do mar revolto
Há um tanto de vida desconhecida
Nas profundezas desse tragicômico oceano
Porque o sol que aquece as águas
Também queima a pele
Aponta e rema
Segue
Porto após porto
Água, praia, mar e céu
Nunca foi navio tampouco porto
Noite adentro, pouco a pouco
É só barco de papel.