Mar e Barco

A correnteza na direção contrária

Arrasta a fé

E o mar ainda é terreno traiçoeiro

Das águas mansas ao olho do furacão vagueio

Oscilo impetuosa na espuma das águas turvas

Mas vê beleza no mesmo vento que causa estrago

Mar agitado essa noite

E o barco é pouco tripulado

Desemboca em si coragens que não tem

Magnificência digna daqueles que não procuram

Mas também não acham

Mar aberto não pode ser riacho

Porque calmaria é a ilusão do mar revolto

Há um tanto de vida desconhecida

Nas profundezas desse tragicômico oceano

Porque o sol que aquece as águas

Também queima a pele

Aponta e rema

Segue

Porto após porto

Água, praia, mar e céu

Nunca foi navio tampouco porto

Noite adentro, pouco a pouco

É só barco de papel.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 23/02/2017
Código do texto: T5921406
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