Moto Perplexo
Moto Perplexo
"O professor é perigoso". "Por que, Mamãe?" "Porque ele vos ensina a pensar. A questionar. Mas que perigo bom esse."
Estava folheando "Questão de ênfase", de uma certa ensaísta Susan Sontag. Eu procurava por um ensaio sobre as grutas. Pensando que encontraria ali, a exemplo da capa de "The Sound Of Perseverance", do Death, a realização do que promete a faixa título. Não achei o que procurava. Mas fui logo ao "Questionário". Hahahah: sobre os intelectuais. Título miserável esse. Parece que é o rótulo preferido daqueles acanêmicos doutoradatados que se limitam a manter aquelas verdades eternas das universidades em que lecionam -- "lecionam", é isso mesmo? Deixa pra lá. Não vale a pena...
Intelectualóides... Ó o "ó", parte principal, quiçá central, do sufixo -óide; desinência de profundidade. Intelectualóides: bravo povo teórico. Devidamente criticado pela décima primeira e última das "Teses Sobre Feuerbach", de Marx (outro intelectual de biografia controversa; criticava o capitalismo mas vivia muito bem com a grana de seu amigo Engels...)
Ah...
Vou (tentar) encurtar meu papo. Por que de outro modo nem eu me aguento, heh-heh...
Detive-me, mais uma vez, diante uma de minhas estantes, com tantos livros sobre Filosofia, Poesia, Linguística etc. Pensei em quanto eu possa ter errado por ter investido firmemente (foi muita grana, Bixo!), ao longo dos anos, em algo que parecia discordar de mim. Que parecia opor-se à minha forma de ver o mundo, as coisas, a universiargh, enfim... Livros enfileirados, com todo o carinho com que os dispus. Com toda dedicação que tive ao escolher, a dedo... Grana que eu investi e... Estão ali. Parados. Estou triste por isso. Chateado, talvez seja um termo mais exato. Mais adequado. E me lembro que a principal razão deste parágrafo é comentar acerca de meu leve arrependimento em ter legado quatro livros um tanto diferentes do que se está habituado a ler por aí. São de minha autoria, claro. E um deles eu dediquei a duas criaturas às quais eu me arrependo até hoje. Mas pensando bem, o erro não foi meu. Não foi nem é meu. As pessoas se tornam interesseiras, mesquinhas, ávidas por poder. Triste isso. Chegam a um cargo alto em empresa, orgão público (aí já é complicado mesmo!) e... Tornam-se, aos seus próprios olhos, "deuses". E alguns desses "deuses" amam oferendas e sacrifícios que lhe fazem. Retribuindo, conforme seus seguidores, puxa sacos e afins, com algum favorzinho...
Olhe... Tô mal. Querendo vomitar. Pra mim, já chega.
:(