O bloqueado e o excluído

Bloquear = cercar; impedir ou dificultar a entrada de alguém em algum lugar.

A amizade até que é boa, mas quando ela entra no mundo cibernético... fudeu!

Quando criança e brigávamos, parávamos de se falar uns com os outros, isso era normal e até certo ponto natural. Mas, era raridade em pouco tempo não voltar a se falar novamente, o bloqueio era desfeito com olhares e pedidos de desculpas. Afinal de contas, sentíamos saudades da amizade daquela pessoa.

Hoje a coisa é mais moderna, mais tecnológica e mais fudida.

As pessoas se tornam amigas virtuais, até mesmo aquelas do campo natural, real e físico, se tornam amigos virtuais e, quando fazem parte do círculo virtual (rede social), aí que vem a bosta toda da problemática da modernidade da amizade cibernética, uma amizade quase robótica. (Mas acredito que nem os robôs seriam tão idiotas!)

Hoje vivemos o (Eu) bloqueio, excluo, aceito, recurso. Aqueles que até então eram amigos, amantes, colegas, unha e carne, agora estão inimigos e, portanto... excluídos e bloqueados.

Que porra de mundo é esse? Que merda de amizade é essa? Que porcaria de virtualizada!

Acabou com o charme da briga, discursão, do pedido de desculpas, do aperto de mãos, dos abraços, dos sorrisos... agora é tudo friamente calculado num clique, que é rápido e rasteiro. Quando você menos espera.... Clique. Bloqueado ou no mínimo excluído.

O ser excluído é considerado um inimigo suave, não tem muito que se preocupar com ele, e quero que ele me veja e saiba como estou. Mas o bloqueado... (puta que pariu!), o bloqueado é foda. É um tiro de misericórdia, é morte sem perdão!

Desbloquear o bloqueado só com bastante jejum e oração e olhe lá! (O santo tem que estar de serviço, senão, não tem perdão) O que foi bloqueado é um inimigo capital. Não pode nem saber que existo e onde frequento ou onde estou. Morri para o bloqueado.

E isso não é indignação, revolta ou desespero. É apenas um olhar crítico sobre esse mundo horroroso e frio. Essa modernidade onde palavras e gestos são feitos sem nenhuma ética, consideração ou afeto. Pior, não tem como sair dela. Se tem quero conhecer o caminho. Estou achando melhor viver com os zumbis velhos e ultrapassados.

Obs. Claro que nada é generalizado. Há amizades e amores que começaram na modernidade virtualizada e permanecem felizes para sempre. Parabéns a eles! Entenderam o sentido da amizade virtual