Conhece-te a ti mesmo?

Se me perguntar se conheço a minha mãe, irmã, pai, avós, amigos, tudo o que posso dizer é que conheço essas pessoas, conheço o que me permitem conhecer. Mas por mim é desconhecido as suas vontades, desejos, pensamentos, sonhos. Se não conheço aqueles que estão ao meu redor, aqueles que só ao olhar para o lado verei, como posso afirmar que me conheço já que até para me olhar preciso de um espelho?

Por duas vezes tentei escrever esse parágrafo, que agora já se torna um texto, no entanto, por duas vezes isso foi apenas um processo mecânico. Agora ao ler este texto posso me encontrar, percebo meu jeito de falar, meus sentimentos nas entrelinhas, meus pensamentos espalhados pelo papel. Significaria então que me conheço?

Claro que não. Choro por motivos que nem eu sei, sorriu por motivos bestas, não entendo as coisas mais simples, porém entendo umas mais complexas, sou uma menina/mulher que não gosta do rosa, mas do azul, gosto do título de bruxa, sou feminista, tímida, extrovertida, apaixonada, feliz... Sou louca, mas não ao ponto de dizer que me conheço.