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Levantou-se, fez um coque e pôs-se a sorrir.

Porque teu sorriso era tudo que lhe restara nos tempos mais difíceis de todos.

Porque o riso, com toda sua infantilidade e excesso, era o que a fazia aguentar mais um dia.

Olhou-se, viu em si um oceano de dúvidas e medos, mascarados por tais risos.

Então, saiu.

Saiu para mais um dia adverso, desejando que teu raso sorriso fosse capaz de cobrir teu eu quebrado e falho.

Que teu teatro fosse o suficiente para que ninguém parasse-a para perguntar o que havia acontecido.

Mais um dia arrastado seria, e no seu interior, por menor que fosse, havia um pequeno sonho de que aquele sorriso existisse por dentro, também.

Sorriu por fora, chorou por dentro. Perfumou-se. Foi.