Humano
Inconcebível ser
Por vezes é serpente
Afinal, o que vale é parecer
Será que vive realmente
Ou é escravo da aguardente
Não seria um acaso
Se o seu rosto fosse máscara
O conteúdo é raso
Seriedade talhada num rosto de tábua
Serenidade que não é serviente
Não serve nem ao próprio recipiente
Nasce com essência
Vive uma obsolescência
Morre até de uma simples falência.
É, mas não é o que deseja
Sereno boêmio nas serestas
Sofre com refeições e ações indigestas
Afeição inconstante, ego que flameja
Mergulhando a alma no caos urbano
Será mesmo um ser esse tal de humano?