PONTO G

Conversas, confissões, trocas. Silêncio. Entre quatro paredes, pouca luz, local desconhecido onde o vizinho de quarto pode ser um personagem de serial Killer. Troca de carícias, de não carícias. Entre bate e acaricia. Dois corpos em uma dança rítmica, em uma linguagem não verbal. Trocas de olhares, olhar consumidor, de mistério, de desejo, de querer, de dor, prazer. Sinceridade. Entre o vai e vêm, corpos nus. Sobe e desce, trocas de posições, minutos por cima, outros por baixo. O silêncio acaba, vários “ah, uh”. Conexões estabelecidas. Trocas de energia. Energia que é tão intensa que se materializa em intensidade, dela jorra um líquido. Nessa dança ritual, a materialização do prazer, repete-se por mais de quatro vezes. SENTE! SENTE! Eufórica, dizia ela. O prazer é recíproco, o gozo não. A cada gozada, cada jorrada, suas pernas tremiam, cansava-se. Seria um gozo egoísta? Não, o prazer foi recíproco! A hora do gozo é diferente. Descansar e recomeçar, a cada dança, o ritmo, a sintonia aperfeiçoa-se. Não é questão de egoísmo, mas de conhecer o outro e ligar-se, conectar-se a ele.