Ela abriu a mente ontem e quebrou ...

Ela abriu a mente ontem e quebrou o vidro que protegia os ponteiros de suas certezas, e com o dedo, atrasou todos os ponteiros. Parecia-lhe não ser a melhor forma de se rever conceitos ou comportamentos. Mas uma dúvida mortal lhe corroía, e se tem algo que ela não gostava era de ter dúvidas sobre seus sentimentos, muitas vezes parece que estamos satisfeitos com a vida que levamos ou com a pessoa que estamos, mas a coisa é um pouco mais complexa do que imaginamos. Ela sabia disso, afinal de contas lembrar-se de outra pessoa não lhe parecia correto. Como algumas coisas de seu amor já não eram as mesmas. Mas se essa sensação é simplesmente fruto da inquietude comum a grande maioria dos seres humanos? Mas ela continuava pensando... Será que não fui eu que mudei? Acomodei-me? Será que deixei a monotonia me tornar uma mulher pouco atraente? Deixei de me cuidar, de cuidar as minhas unhas, arrumar o meu cabelo, me produzir para mim mesma ou para o homem que amo? Será que eu ainda o amo? Será que não me acostumei com ele ao meu lado? Por que ele já não comenta as coisas que faço ou não repara mais em mim? Será paranoia minha? Por que mesmo sem querer fico pensando naquele “cara”? E por que não consigo chamá-lo para conversar sobre estas minhas dúvidas? Não, eu sei... Eu tenho segurança material ao lado dele, ele é bom de cama... É um “cara” legal, temos química, objetivos, mas o que é então? Mas e a minha família? Meus filhos? Meus parentes. Os dele...? A sociedade? Mas será que não estou vivendo de aparências já a algum tempo? E por que paramos de conversar? Será que no fundo no fundo eu não estou cedendo algumas coisas um pouco que de mais? Será que eu sempre cedi? Por que comecei de repente a compará-lo? A observá-lo?

E mais do que depressa ela abre a mente novamente e com o dedo devolve os ponteiros para o lugar...

E Ele... O amor de sua vida ao chegar a casa olha-a profundamente nos olhos e pergunta:

___Nossa! Que cacos são estes?

Ela com uma pazinha na mão diz:

___Há! Foi à realidade jogando bola de novo

Suacrem
Enviado por Suacrem em 05/02/2017
Código do texto: T5903546
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