A casa
Uma porta. Uma mão. Com uma chave, a porta é aberta. Dentro, os espaços estão misturados entre as partes cheias e vazias; as cores fortes com as neutras e por fim as escuras. Arestas tortas, linhas imperfeitas. Diante do caos, a casa parece estar sempre bonita. É aconchegante sentir o aroma do cheiro do lar. No quintal, as flores e os frutos vivem em períodos. O espelho d'água reflete as boas e péssimas imagens. Um dia, elas estão mais vivas e brilhantes e outros, parecem vazios existenciais. As rachaduras das paredes são simples. Elas dão um toque a casa. Pela janela, o sol parece dar as boas-vindas e as chuvas, as lágrimas que limpam. O chão é a energia do corpo com o local. Hora quente, hora fria. Na cama, por mais que tenhas o ódio do teto branco, seco, sem vida...até isso podes amar. Querendo ou não, é o teu lar. O porto seguro dos segredos, dos corações e emoções. Podes fazer o que quiser. Revirar, recriar, remontar. Os móveis nunca serão os mesmos; nem as cores; nem os dias; nem os quadros que a janela produz. Tudo se renova para encontrar o melhor recanto e sentir a liberdade nos pés descalços. O pássaro canta na janela. Dá um alô. Vai voando pelos céus. Plim! Alguém chegou em casa. Vou atender. Só um instante...