Cicatrizes de amor

Crucificaram tantas vezes o meu coração, que qualquer facada já não me faz sangrar pelos flancos. Arrastado mil vezes para a cruz da solidão, segurando desilusões entre as artérias e veias. Não sabia de milagres, e sentia que os versos davam-me as costas; até que chegou-me sem descer da cruz, acariciou-me com suas mãos cheias de primavera, fazendo com que ressuscitasse. Desde então, me manteve vivo, pois foram as suturas que hoje chamo de cicatrizes de amor que me seguraram quando morri...

Vil Becker
Enviado por Vil Becker em 03/02/2017
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